Início ❯ Áreas de Atuação ❯ Tumores de adrenal
As adrenais, também conhecidas como suprarrenais, são glândulas componentes do sistema endócrino localizadas na região posterior do abdome, imediatamente acima de cada um dos rins. Possuem aproximadamente 5 cm e são divididas em duas partes, o córtex e a medula.
O córtex, presente na camada externa da glândula, é responsável pela produção de hormônios importantes em diversos processos do metabolismo, como a aldosterona e o cortisol, além de alguns hormônios sexuais.
Localizada na porção central da adrenal, a medula sintetiza as catecolaminas, divididas em adrenalina e noradrenalina, hormônios importantes na ativação de mecanismos de defesa do organismo.
Tumores adrenais desenvolvem-se a partir da multiplicação descontrolada de células do córtex ou medula, através de mutações genéticas não corrigidas pelo organismo. A maior parte dos tumores de adrenal são benignos e tratados apenas quando há produção hormonal em excesso.
O tumor maligno da glândula suprarrenal é uma doença rara, representada principalmente pelo carcinoma adrenocortical. Acomete mais frequentemente homens e mulheres a partir dos 50 anos, apesar de ocorrer em todas as faixas etárias. Outro tumor que pode ter comportamento maligno é o feocromocitoma, originado na camada medular e caracterizado pele excesso de produção de catecolaminas.
Algumas síndromes genéticas estão associadas ao desenvolvimento dos tumores benignos e malignos adrenais, entre elas:
– Neoplasia endócrina múltipla tipo 2
– Neurofibromatose tipo 1
– Síndrome de Li-Fraumeni
– Síndrome de Von Hippel-Lindau
Os tumores benignos apresentam sintomas apenas quando são funcionantes, isto é, produzem hormônios em excesso. Os sintomas variam de acordo com o tipo de substância produzida.
A síndrome de Cushing, causada por níveis elevados de cortisol, pode provocar ganho de peso, acúmulo de gordura no rosto e tronco, afilamento de braços e pernas, estrias largas e de cor violeta no abdome, além de fraqueza.
A produção em excesso de catecolaminas, característica do feocromocitoma, apresenta como sintomas principais a palpitação, hipertensão arterial de difícil controle, dor de cabeça e sudorese excessiva.
A alteração de caracteres sexuais, como aumento de mamas em homens, alteração do ciclo menstrual e crescimento de pêlos na face em mulheres, são decorrentes da hiperprodução de hormônios sexuais.
O câncer de adrenal costuma evoluir com sintomas apenas em estágios avançados, sendo os mais comuns a perda de peso, dor lombar, palpação de massa abdominal, febre e fraqueza.
Os tumores benignos e assintomáticos frequentemente são diagnosticados de forma incidental, quando exames de imagem como ultrassom ou tomografia são realizados como parte de um de check-up ou para avaliação de outras doenças.
Em caso de suspeita de liberação hormonal excessiva, deve-se realizar a dosagem de hormônios no sangue e urina. Exames de imagem específicos como a ressonância magnéticas, cintilografia e PET Scan podem complementar o diagnóstico.
As características dos tumores da adrenal, como localização e tamanho, além das condições clínicas do paciente interferem na forma de tratamento.
A remoção da glândula adrenal, chamada de adrenalectomia, é a cirurgia mais utilizada. Esta pode ser realizada por via minimante invasiva, com uso da laparoscopia ou robótica, com intuito de promover menor trauma cirúrgico e recuperação precoce. Em casos de doença avançada, com tumores volumosos, utiliza-se em geral a via aberta.
O tratamento com radioterapia ou medicações sistêmicas como a quimioterapia são utilizadas para complementação do tratamento após a cirurgia, em casos selecionados.