Início ❯ Áreas de Atuação ❯ Câncer de rim
O câncer de rim é responsável por 3% de todas as neoplasias malignas em adultos. Acomete mais homens do que mulheres e é mais frequente entre os 50 e 70 anos de idade. Nas últimas décadas, observou-se aumento do número de casos diagnosticados em todo mundo, provavelmente relacionado ao maior acesso da população a exames de imagem.
Existem diversos tipos de tumores de rim, de agressividade variável. O carcinoma de células renais tipo células claras é o mais comum, encontrado em até 70% dos casos. Entre outros tipos, pode-se citar o papilífero, cromófobo e medular, este último raro e mais agressivo.
A avaliação anual pelo urologista é indicada para homens com mais de 50 anos. Em indivíduos negros ou história de câncer de próstata na família, o rastreamento deve iniciar antes, a partir dos 45 anos.
Doenças pré-existentes, hábitos e estilo de vida além de fatores genéticos estão associados ao maior risco para desenvolvimento do câncer de rim, descritos abaixo:
– Obesidade: Índice de massa corpórea > 30 kg/m2
– Hipertensão arterial
– Tabagismo
– Idade: Acima dos 60 anos de idade
– Disfunção renal crônica e uso prolongado de diálise
– Histórico familiar de câncer de rim
– Síndromes genéticas: Doença de von Hippel-Lindau, esclerose tuberosa, carcinoma papilar renal hereditário, síndrome de Cowden, entre outros.
O câncer de rim, em geral, não apresenta sintomas em seus estágios iniciais. Quando o diagnóstico precoce não é realizado, o crescimento do tumor e evolução da doença podem provocar:
– Perda de peso
– Sangramento na urina
– Dor abdominal e/ou lombar
– Massa abdominal palpável
– Febre não relacionada a infecção
A maioria dos casos de câncer renal é diagnosticada incidentalmente, através de exames de imagem não invasivos, como ultrassonografia e tomografia de abdômen, realizados de rotina ou para investigação de sintomas inespecíficos e de outras doenças.
Exames de imagem com contraste, como a ressonância magnética ou tomografia computadorizada, fornecem informações detalhadas sobre as características dos tumores renais, contribuindo para avaliação do tamanho, localização e acometimento de outros órgãos, além de auxiliar na programação do tratamento cirúrgico.
A biópsia do tumor renal antes do tratamento cirúrgico não é realizada de rotina. Sua indicação é mais comum quando há suspeita de doença benigna.
A cirurgia é o principal tratamento com intenção curativa para o câncer de rim. De acordo com as características do tumor, pode-se optar pela nefrectomia parcial ou radical, por via aberta, laparoscópica ou robótica.
A nefrectomia parcial consiste na retirada do tumor e de uma pequena margem de tecido renal normal adjacente ao mesmo, com preservação do maior volume possível de rim sadio. Esta técnica cirúrgica está associada a menor possibilidade de insuficiência renal crônica, diminuindo o risco de eventos adversos cardiovasculares associados a longo prazo, como infarto e acidente vascular cerebral. Quando indicada adequadamente, a nefrectomia parcial apresenta resultados oncológicos semelhantes à retirada total do rim.
A cirurgia robótica, através da amplificação de imagem de alta qualidade e tridimensional (3D), além de grande precisão de movimentos, oferece vantagens em relação à laparoscopia simples, entre elas: menor sangramento e taxa de transfusão sanguínea, menor risco de conversão para cirurgia aberta e de remoção total do rim, menor tempo de isquemia renal e recuperação mais precoce.
A nefrectomia radical, que consiste na remoção total do rim, é indicada em casos de tumores avançados e complexos, quando não é possível a ressecção apenas do tumor.
Outros métodos minimamente invasivos podem ser realizados em casos selecionados. A ablação do tumor renal promove a morte das células tumorais através da introdução de agulhas especiais no tumor, seguido da congelação (crioterapia) ou aquecimento (radiofrequência) do mesmo. Sua indicação deve ser individualizada e é limitada a tumores pequenos, periféricos e em pacientes com alto risco cirúrgico.
Em casos de disseminação do câncer de rim para outros órgãos, pode ser utilizada a terapia alvo e imunoterapia. Avanços recentes surgiram neste cenário, com resultados oncológicos positivos, possibilitando ganho de sobrevida e inclusive chances de cura.