ÁREAS DE ATUAÇÃO

Câncer de bexiga

O câncer de bexiga, chamado carcinoma urotelial, corresponde mundialmente à sétima neoplasia maligna mais comum nos homens e décima, quando considerados ambos os sexos. Origina-se na camada superficial de células que revestem internamente o órgão e, quando não tratado precocemente, pode acometer a parede muscular da bexiga e disseminar-se para gânglios linfáticos ou pelo sangue.
 
Aproximadamente 75% dos casos diagnosticados apresentam doença superficial, quando não houve progressão do tumor para camadas mais profundas da bexiga.

Fatores de risco

O principal fator de risco para desenvolvimento do câncer de bexiga é o tabagismo, responsável por aproximadamente 50% dos casos.

A exposição de trabalhadores industriais no processamento de tintas, corantes e derivados do petróleo corresponde à segunda maior causa desta neoplasia.

Entre outros fatores de risco, pode-se citar história familiar e uso crônico de sonda vesical.

Sintomas

O sintoma mais frequente do câncer de bexiga é a presença de sangue na urina, normalmente sem dor e de caráter intermitente. Outros sintomas urinários, como urgência miccional, aumento da frequência de micções e ardor ao urinar também podem estar associados. Casos avançados, quando há progressão da doença para órgãos próximos ou à distância, podem evoluir com dor pélvica e abdominal, dor óssea e perda de peso.

Diagnóstico

A histórica clínica, exames de citologia oncótica urinária ou alterações de exames de imagem, como a ultrassonografia ou ressonância magnética, podem levantar a suspeita do diagnóstico de câncer de bexiga. Nestes casos, é necessário a confirmação através de um exame endoscópico, chamado de cistoscopia. Este procedimento, realizado com o paciente anestesiado, consiste na introdução de um aparelho fino através da uretra, que permite a visualização do interior da bexiga e a realização de biópsia do tumor.

Tratamento

O tratamento do câncer de bexiga varia de acordo com o estadiamento, que consiste em avaliar a extensão do tumor na bexiga e se houve acometimento de outros órgãos.

Tumores superficiais são mais comumente tratados de forma endoscópica, chamada de ressecção transuretral da bexiga, associada ou não a aplicações periódicas da vacina BCG no interior da bexiga, que atua como imunoterapia.

A cistectomia radical, que consiste na remoção completa da bexiga, é utilizada em tumores que invadem a musculatura da parede da bexiga ou em tumores superficiais recorrentes, que não responderam ao tratamento endoscópico e à imunoterapia intravesical. A cistectomia apresenta alta complexidade técnica, e pode ser divida em basicamente 2 partes, a extirpativa e a reconstrutiva. Na primeira, é realizada a retirada completa da bexiga, associada ou não à remoção em conjunto da próstata em homens, útero e ovários em mulheres. Após, é necessário a reconstrução do trato urinário, através de uma bolsa de urostomia conhecida como Bricker, ou com a confecção de um reservatório urinário utilizando um segmento do intestino, chamado de neobexiga.

A cirurgia robótica é utilizada na cistectomia radical em centros de referência, com intuito de promover menor trauma cirúrgico, menor sangramento e taxa de transfusão sanguínea, menos dor no período pós-operatório e recuperação mais rápida, com menor tempo de internação.

O tratamento sistêmico com quimioterapia tem papel importante no câncer de bexiga, utilizada com intuito curativo antes ou após o tratamento cirúrgico, ou de forma paliativa para pacientes com doença disseminada para outros órgãos.